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terça-feira, 14 de junho de 2016

OS CRISTÃOS

 

    Mais ou menos 1 bilhão de pessoas em todo o mundo continua a acreditar e praticar a doutrina da Trindade enquanto que o dobro desse número, se não mais, rejeita-a como não apenas não sendo bíblica mas também falaciosa, sem base, sem nexo, incompatível e contrária à razão.
   De acordo com Bamber Gascoigne, no seu livro “Os Cristãos”: ’ Nos primeiro 50 anos de que agora nós chamamos Era Cristã, nem uma palavra sobrevive em nenhum documento sobre Cristo e seus seguidores. Durante os 50 anos seguintes, os próprios cristãos escreveram a maioria do que agora constitui o Novo Testamento. Mas, ainda nenhuma palavra, com pequenas exceções, de algum escritor de fora. E então, no século II, os Romanos começam a comentar.7

“Existe um grupo chamado de cristãos pelo povo, que é odiado pelas suas abominações. Cristo, de quem o nome deriva, sofreu extremamente durante o reinado de Tibério, nas mãos de um de nossos oficiais, Pôncio Pilatos.” (Tacitus)

“Os cristãos são uma classe de homens dados a uma nova e perigosa superstição.” (Suetonius)

“Os pobres miseráveis têm persuadido a eles próprios de que eles serão imortais e viverão para sempre, através da adoração do sofista crucificado e da obediência as leis dele. Portanto, eles desprezam as coisas deste mundo e as consideram propriedade comum. Eles recebem estas doutrinas por tradição, sem nenhuma evidência definitiva. Então, se qualquer charlatão ou trapaceiro surge no meio deles, rapidamente adquire riqueza por imposição sobre este povo simples.” (Lucian)

    Contudo, o cristianismo floresceu e tornou-se uma grande religião, mas os ensinamentos do Cristianismo Moderno, como conhecemos hoje, são diferentes do que foi ensinado por Jesus a seus discípulos. As diferentes doutrinas do cristianismo, como a da Trindade, desenvolveram-se mais tarde. A sua absorção começa durante o reinado do Imperador Constantino, o Grande em Nicéia, e mais tarde tornou-se um dogma plenamente desenvolvido no tempo do Imperador Teodósio em 381 DC - o que é muito estranho. Desde então, o cristianismo tem se multiplicado em muitos diferentes grupos e é difícil agora reconhecer a verdadeira fé cristã. Mas, qualquer que seja, no presente contexto, nenhuma chega nem perto dos ensinamentos originais do profeta. Eles baseiam seus ensinamentos na Bíblia, a qual esta sujeita a constantes revisões.

Apenas Deus sabe quando que os cristãos serão capazes de produzir uma correta (autêntica) copia de suas Escrituras (Bíblia).

    É de se admirar com o número de versões da Bíblia em circulação hoje em dia. Cada uma diferente da outra, e, contudo, cada uma diz ser a versão original. Alguns têm adquirido o gosto de declarar ao mundo que a deles é a divinamente inspirada. E a sua pronta referência está em 2 Timóteo 3:16, na Bíblia, que diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus ...” Mas o que os cristãos não compreendem é que, “substancialmente, o conteúdo da Bíblia deles não é as Escrituras mas apenas histórias, narrativas, eventos e tradições.” O problema torna-se mais complexo quando vimos a saber que algumas versões da Bíblia contêm mais livros que outras. A versão Ortodoxa contém 86 Livros; a versão Carismática contém 76 Livros; a versão Católica Romana contém 73 Livros; e todas as versões protestantes contém 66 Livros incluindo a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, usada pelos Testemunhas de Jeová e outras versões como a Nova Versão Internacional e muitas outras.8
    Além disso, o que dizer sobre as alegações dos distintos revisores da Bíblia da Versão Revisada Padrão (RS), edição revisada de 1952 e do Novo Testamento, segunda edição, de 1971, pela Wm. Collins Sons & Co. Ltd, publicada pela Sociedade Bíblica do Canadá, que dizem no prefácio: (1) "No entanto, a versão King James tem graves defeitos... esses defeitos são tantos e tão graves que pedem uma revisão da tradução em língua inglesa". (2) "A versão King James do Novo Testamento foi baseada em um texto grego que foi marcado por erros". E sobre as acusações das Testemunhas de Jeová em sua publicação Awake (Despertar, em português) de setembro de 1951 que afirma: "A Bíblia tem 50.000 erros."

    E, se eu disser que, contrariamente às nossas crenças "nenhum dos quatro autores dos evangelhos eram discípulos originais de Jesus ." Em (Lucas 6:14-16 e Marcos 3:16-19, na Bíblia), encontramos os nomes dos doze discípulos nomeados por Jesus . Embora os nomes de Mateus e João estejam incluídos, os nomes de Marcos, Lucas e Paulo não são mencionados.
    No entanto, a partir das citações a seguir, pode-se perceber que os dois evangelhos atribuídos a Mateus e João, respectivamente, foram escritos por terceiros. Leia a reprodução do versículo em Mateus 9:9, na Bíblia:

“Saindo, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Mateus levantou-se e o seguiu.”

E em João 21:24:
“Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as registrou. Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.”

No primeiro caso, o escritor apenas narrou o que havia acontecido entre Jesus e o homem chamado Mateus, enquanto no segundo caso, é óbvio que a referência verbal ao pronome "nós" se destaca como o escritor.
Vamos agora refletir sobre o que dois estudiosos cristãos dizem sobre a confecção da Bíblia:

"Um copista, às vezes, copiava não o que estava no texto, mas o que ele entendera dele. Ele confiava numa memória volúvel, ou fazia o texto de acordo com as opiniões da escola a qual ele pertencia. Além das versões e citações dos padres, quase quatro mil manuscritos gregos do Novo Testamento, eram conhecidos. Como resultado, a variedade de leitura é considerável." 9

"Assim, Evangelhos foram produzidos, os quais refletem claramente a concepção de necessidades práticas da comunidade para a qual foram escritos. Neles, material tradicional foi utilizado, mas não haveria hesitação em alterá-lo, ou fazer acréscimos, ou deixar de fora o que não atendesse ao propósito do escritor." 10


Footnotes:
7
Bamber Gascoigne: "The Christians", Granada Publishing Limited, 1976, Frogmore, St Albans, Herts Al2 2NF and 3 Upper James Street – London Wir 4BP, p.9.
8 Nota do Tradutor: O autor cita as seguintes versões em língua inglesa que não encontram tradução para o português: King James (1611-1942); American Standard (1901-1944); Revised Standard(1971) Second Edition; Jerusalem Bible; Good News Bible – Today’s English Version (1976); The Holy Bible (1954-1956); Ronald A. Knox; New International Version.
9 J. R., dummelow: Commentary on the Holy Bible, p. 16. – (see – Mrs. Ulfat Aziz-Us-Samad: "Islam and Christianity", 1984, Presidency of Islamic Research IFTA and Propagation, Riyadh, Kingdom of Saudi Arabia p. 7)
10 T.G. Tucker: The History of the Christian in the Light of Modern Knowledge, p. 320. (Ibid, p. 6)

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