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sexta-feira, 24 de junho de 2016

EVIDÊNCIA BIBLICA SOBRE A DOUTRINA DA TRINDADE



    Os trinitários, em suporte a Trindade, citam apenas alguns versículos da Bíblia cujas interpretações são muito estranhas: ou muito longe do contexto, ou do texto original. A Bíblia em geral ensina o Monoteísmo (a Unicidade de Deus) do primeiro livro (Gênesis) ao último (Apocalipse).

    Os seguintes versículos são alguns dos citados como prova para a presença da doutrina da Trindade:

A primeira evidência é apresentada no versículo encontrado em I João 5:7 na Bíblia, que está na versão King James (KJ) da Bíblia, autorizada em 1611: "Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo." Este versículo tem sido expurgado da maioria das edições revisadas da Bíblia uma vez que se verificou não ser parte do manuscrito original, mas uma adição posterior. 39

A segunda evidência está em Mateus 28:19: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo."

A terceira evidência está em 2 Coríntios 13:13-14: " Todos os santos vos saúdam. A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós."

A quarta evidência está em 1 Coríntios 12:4-6: " Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos."

    Em relação à segunda, terceira e quarta evidências, a mera menção de nomes (designações), não constitui Trindade, mais do que os enumera. Eles, na verdade, são três seres separados com diferentes status e circunstâncias. Os três nunca foram iguais em relação ao tempo, ou posição, ou conhecimento ou poder como a doutrina da Trindade define. Além disso, quando Jesus foi batizado, de acordo com Mateus 3:16, na Bíblia, o Espírito de Deus desceu sobre ele na forma de uma pomba. Assim sendo, como poderia Jesus ser reivindicado como parte da Trindade, quando ele sempre esteve com o espírito santo?

Alguns dos versículos da Bíblia dados como prova elevando Jesus Cristo como Deus para a posterior formação da doutrina da Trindade:

    Primeiro exemplo: "Façamos o homem à nossa imagem..." (Gênesis 1:26, na Bíblia). 
Alguns teólogos cristãos deduzem que Deus não era um e único no momento da criação. No entanto, Deus fala de Si mesmo na primeira pessoa do plural e isso pode ser explicado como um plural intensivo, que demonstra a grandeza, a majestade e a glória de Deus. Estudiosos cristãos explicam isso como denotando a
plenitude da força divina, ou o poder ilimitado manifestado em Deus, ou a onificência de Deus na sua totalidade. Alguns chamam isso de Plural de Respeito e, gramaticalmente, isto é referido como um Plural de Majestade. Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, Deus sozinho, sem ajudante, efetuou a criação (por exemplo, capítulo 1, versículo 3, na Bíblia): "Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz.". No versículo 27 do mesmo capítulo, ele diz: "Criou Deus o homem à sua imagem..." Os versículos acima não indicam de forma alguma qualquer auxiliar ou companheiro de Deus. E, o verbo que descreve o que Deus disse e fez está no singular (por exemplo, Deus viu que a luz era boa, Deus fez o firmamento, Deus criou o homem, Deus os abençoou, Deus terminou a sua obra, etc.)

    No início do livro de Gênesis, lemos: "No princípio criou Deus os céus e a terra." Observe que, enquanto “os céus” está no plural, “Deus” e “terra” estão no singular. Por que “os céus” está no plural? A razão é simples: O Alcorão nos diz que o céu é composto de sete firmamentos. E, por que os escritores da Bíblia mantêm as palavras Deus e terra no singular? Porque eles sabem com certeza que a Terra é uma só e Deus é um só, como ensinado por todos os profetas de Deus.

    Segundo exemplo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." (João 1:1, na Bíblia). Note que não era Jesus falando, mas João. Além disso, Todos os estudiosos cristãos da Bíblia aceitam que este versículo em particular foi formulado por um judeu, chamado Philo de Alexandria, no Egito antes do advento de Jesus e João Batista, que a paz esteja com eles.



    Além disso, muitos tradutores de “João 1:1” do Manuscrito Grego para Inglês escrevem a primeira ocorrência de Deus que “D” maiúsculo referindo-se ao Deus Todo-Poderoso, mas na segunda ocorrência de Deus, eles escrevem com “d” minúsculo. Normalmente “d” minúsculo é utilizado para as criaturas de Deus e não para o Todo-Poderoso, como nos Salmos 82:6-7: “Eu disse: ‘Vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo. Mas vocês morrerão como simples homens; cairão como qualquer outro governante." E em 2 Coríntios 4:4: "O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes..." Uma vez que esta palavra (segunda ocorrência), é com “d", não poderia ser o Deus Todo-Poderoso, mas é apenas um "deus" como os exemplos acima.

    Por isso, os tradutores modernos da Bíblia apresentam o significado de João 1:1 nos seguintes exemplos:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era um deus." 40

"No princípio o Verbo era, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era um deus." 41

    Por outro lado, alguns estudiosos cristãos traduziram o "Verbo" como sendo o "Comando Divino"; assim, eles alegam que a fraseologia correta de João 1:1-3, deveria ser: "No princípio era o Comando, e o Comando estava com o Deus, e o Comando era Divino. Isto (o comando) estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por este (comando). E sem isto nada do que existe teria sido feito." O termo grego usado por João é Logos, derivados de lego - que significa "falar". O significado do termo "Decálogo" (significando os Dez Mandamentos) é uma combinação das palavras gregas deka (dez) e logos (Comandos). O termo logos significa, "O comando falado de Deus”. 42

    A palavra “com” cria um dilema enigmático para os que preferem traduzir a palavra Logos como “Jesus” em vez de “comando”. A razão é muito clara: Como Jesus poderia estar com Deus e também ser Deus?

    O conceito de o “Comando falado de Deus” estar "com o Deus” desde o começo coincide com o conceito bíblico da Criação. “Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz." (Gênesis 1:3, na Bíblia). No texto grego, João usou o artigo definido “o" (ho) antes de “Deus” (Theo), por se tratar do sujeito. Aqui, João não usou o artigo definitivo antes de Deus, por se tratar do predicado. Em outras palavras, o termo usado aqui denota a natureza, qualidade, atributo ou propriedade do sujeito. Neste caso, a natureza do Comando de Deus é Divina. Em algumas versões bíblicas, a palavra "Isto" é substituída por "Este (um)" ou "Ele (Jesus)". No entanto, a palavra "Isto" refere-se ao “Comando falado".

    Além disso, é óbvio que em João 1:1 era somente Deus que existia para a eternidade. Suas palavras são sempre com Ele, da mesma forma que suas palavras estão com você, e as minhas palavras estão comigo. A Palavra que Deus pronuncia não é outro Deus ou o próprio Deus, mas uma Palavra Divina (Comando) Dele. Caso contrário, toda a criação se torna um Deus separado uma vez que cada criação representa a Sua Palavra. O mesmo argumento aplica-se a Gênesis 1:3: A luz criada por Sua palavra não é Deus, mas uma criação (luz) de Sua Palavra Divina. Portanto, a frase "o Verbo era Deus" em João 1:1 é absolutamente fora de lugar.

    Em adição, se tentarmos ler outras escrituras referente à criação, perceberemos que Deus, o Criador, da mesma maneira usou suas palavras em toda a criação, como no Alcorão, por exemplo - "Quun faya quun", que significa " ’Seja’, e é.”:

“Ele é o Originador dos céus e da terra e, quando decreta algo, basta-Lhe dizer: "Seja!"e ele é.” 43

    Terceiro exemplo: "Eu e o Pai somos um." (João 10:30, na Bíblia). Os cristãos entenderam que este versículo quis dizer que o Pai (Deus) e Jesus são um e mesmo ser; unidos em um só corpo; Deus se fez carne na pessoa de Jesus e viveu entre os homens. O mesmo significado é dado em João 14:10 quando Jesus diz: “...que eu estou no Pai e que o Pai está em mim..." E também em João 14:20, onde Jesus diz: “...eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós." No entanto, eles interpretaram mal o significado no versículo 28 do mesmo capítulo, quando Jesus declara: "Se me amásseis, alegrarvos- íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. " Se o que Jesus disse é verdade, que o Pai é maior do que ele, então, que este assunto descanse em paz, por que eles não são co-iguais.

    Além disso, os trinitarianos não percebem que, seguindo seus argumentos, o resultado seria um total de 15 corpos em um só corpo. É uma "aritmética simples" que uma criança de escola primária concluiria: O Pai é Deus, o Filho (Jesus) é Deus e o Espírito Santo é Deus - (por exemplo, a Trindade), composta de três (3) seres (pessoas) unidos em um só Deus. Adicione a isso os doze (12) discípulos da mesma maneira como é entendido pelos cristãos (João 14:20) e o resultado será um total de quinze (15) seres misturados e unidos em um só corpo.

    Os versículos em João 17:21-23 nos dariam um significado mais claro sobre a natureza deles serem um: "a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade..." Os versículos acima sugerem não outro significado, mas o de "unidade de propósito" como verdadeiros crentes.

E ademais, em João 10:31-36, ele não declara ser "Deus" ou " Deus, o filho" [como estando unido ao Pai (Deus)], mas apenas um ser separado.

    Se, por outro lado, os Trinitarianos insistirem que João 10:30 apóia a doutrina da Trindade, então, eles não devem limitar o número de seu Deus para apenas três (3), mas devem acrescentar os 12 discípulos (em João 14:10 e 20 na Bíblia), como eles compreenderam o significado como sendo "cada um infundido em um só corpo." Portanto, o dilema torna-se maior e a massa emaranhada (a Trindade) ainda mais problemática.

    Quarto exemplo: "... Quem me vê, vê o Pai." (João 14:9, na Bíblia). Mas, não disse Jesus claramente que "as pessoas nunca viram Deus", quando em João 5:37 ele diz: "O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma.". Aqui, Jesus diz que ele não é Deus, porque ele estava falando e vendo. E em Mateus 7:21, Jesus diz: "...meu Pai que está nos céus." enquanto ele, naquele momento, estava na frente deles. Todas essas declarações de Jesus têm apenas um significado, ou seja, Deus e Jesus não são os mesmos. Como poderia o Pai (Deus) e Jesus ser o mesmo e unidos em corpo (conforme interpretado pelos cristãos) quando o Pai está no céu e Jesus está na terra?

    Quem acreditar em Deus deveria admirar a Sua criação, que são inúmeras: o sol, a lua, as estrelas e tudo que nos cerca. Em João 4:24, Jesus afirma: "Deus é Espírito". Então, como alguém poderia ver Deus? E em João 1:18, lemos: "Ninguém jamais viu a Deus."

    Além disso, Jesus fez uma clara distinção entre Deus e si mesmo nos seguintes versículos no Evangelho de João 14:1: "Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim." A palavra" também "é crucial pois ela mostra que Deus é um Ser completamente separado de Jesus . E em João 17:3: "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."

     Quinto exemplo: João 20:28, na Bíblia: "Senhor meu e Deus meu!” No entanto, esta passagem não tem qualquer importância porque os versos citados acima o anulam. Estudiosos são da opinião de que, sob circunstâncias miraculosas, a observação do apóstolo Tomé poderia ter sido feita como uma exclamação emocional, por causa do espanto diante de Jesus , enquanto na realidade, a exclamação foi dirigida a Deus. Além disso, Tomé não considerou Jesus como Deus, pois ele sabia muito bem que Jesus nunca afirmara ser Deus (João 17:3, A Bíblia).

      Na verdade, São Paulo faz outra distinção clara entre Deus e Jesus . Ele afirmou que Deus ressuscitou a Jesus como relatado na Bíblia, tanto em 1 Cor 15:15-20, quanto em Marcos 16:19: "Depois de lhes ter falado, o Senhor Jesus foi elevado aos céus e assentou-se à direita de Deus." Se, de fato, Deus e Jesus são um e o mesmo ser, não seria mais adequado dizer: "Jesus ressuscitou a si mesmo”, e quando Jesus foi relatado como tendo sentado à direita de Deus, não seria mais adequado dizer "e Jesus assentou-se ao Trono "? A dura verdade é - ninguém tem o direito ao Trono Exaltado exceto Deus, Que é digno de adoração, tal como alegado por Jesus , e não ele. (João 17:3, na Bíblia).

     Em outro versículo São Paulo explica quem é Deus (Atos 17:24, na Bíblia): "O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas."


    A diferença entre Deus e o homem, o Criador e a criatura, o Infinito e o finito está além da percepção humana? Não, mas só os desatentos, os hipócritas e os rebeldes desejam não entender.


DECLARAÇÕES ADICIONAIS ELEVANDO JESUS A DIVINDADE


     Os cristãos alegam que Jesus é Deus encarnado, sendo completamente Deus e completamente homem. Este conceito é totalmente negado por Jesus com suas palavras em João 20:17, na Bíblia: "Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês.” Sendo assim, de onde surgiu a questão da
Encarnação? Está dito em palavras simples que o Deus é distinto e separado de Jesus . Por isso, a doutrina da ENCARNAÇÃO se torna nula e sem efeito. Além disso, ser completamente Deus significa estar livre de desejos e necessidades, e ser humano significa ser desprovido de divindade.

    Outros cristãos afirmam que Jesus é Deus, porque ele também é chamado de "Filho de Deus", "Messias", "Filho do Homem" e "Salvador". No entanto, Jesus falou sobre "os pacificadores" como
"Filhos de Deus". Na tradição judaica, qualquer pessoa que segue a Vontade de Deus é chamada de "Filho de Deus.". Veja os exemplos citados na Bíblia: Gênesis 6:2,4; Êxodo 4:22; Jeremias 31:9; Salmos 2:7; Lucas 3:38; Romanos 8:14. Em Lucas 6:35, Jesus diz: " Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo." Sendo o Filho de Deus, não o eleva à categoria de Deus. Da mesma forma que ser o filho de um presidente não faz de uma pessoa presidente, mas apenas o filho.

    Além disso, é citado na Bíblia que "Messias" em hebraico significa "ungido de Deus" e não "Cristo", e "Ciro", o persa, é chamado de "Messias" ou "o ungido" (Ver Gênesis 31:13; Levítico 8:10; Samuel 2:10; Isaías 45:1; Ezequiel 28:14). Ezequiel foi abordado na Bíblia como o "Filho do Homem". Como "Salvador", em II Reis 13:5, outros indivíduos também receberam esse título sem serem deuses. O termo "ungido de Deus" significa dar autoridade espiritual a um homem nobre para divulgar a palavra de Deus. Então, como é que este termo qualifica e eleva a pessoa para a posição de Deus?

Outra pergunta bilionária: "O que é o cristianismo sem a doutrina da Trindade?"



Footnotes:
39 Nota do Tradutor: Em português, a versão João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada apresenta este versículo. A Nova Versão Internacional, não.
40 Nota do Tradutor: Esta tradução foi feita a partir do texto apresentado pelo autor do original em “The New Testament – A New Translation and Explanation Based on the Oldest Manuscripts (a translation from German Into English; 1937), by Johannes Greber”. Esta tradução como tal não aparece nas versões traduzidas para o português.
41 Nota do Tradutor: Esta tradução foi feita a partir do texto apresentado pelo autor do original em “New World Translation (New York; 1961)”. Esta tradução como tal não aparece nas versões traduzidas para o português.
42 A.M. TRUST, POST BOX 81075, BURNABY, B.C. V5H 4K2 Ph. 298-8803.
43 Al-Baqarah, 2:117, no Alcorao.

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