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segunda-feira, 25 de abril de 2016

A Mulher no Islam - Parte 4 - A EDUCAÇÃO FEMININA

Por: Sherif Abdel Azim


    A diferença entre os conceitos bíblicos e os alcorânicos sobre a mulher
não está limitada apenas ao seu nascimento, ela vai muito mais longe.
Comparemos as suas atitudes em relação à mulher, tentando aprender a sua
religião. O coração do judaísmo é a Tora, a lei. Contudo, de acordo com o
Talmud, "as mulheres estão isentas de estudarem a Tora". Alguns rabinos
declaram firmemente "é preferível que as palavras da Tora sejam destruídas
pelo fogo a serem partilhadas com uma mulher", e "aquele que ensina à sua
filha a Tora é como se ele lhe ensinasse a obscenidade"(8).
    A atitude de São Paulo no Novo Testamento não é mais inteligente: "As
vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar;
mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma
coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que
as mulheres falem na igreja." (I Coríntios 14:34/35)
    Como pode a mulher instruir-se se não lhe é permitido falar? Como
pode uma mulher crescer intelectualmente se é obrigada a um estado de
completa submissão? Como pode ela delinear os seus horizontes, se sua única
fonte de informação é o seu marido em casa?
    Agora, para ser gentil, devemos perguntar: A posição alcorânica é
diferente? Uma pequena história narrada no Alcorão resume a sua posição
concisamente. Khaula era uma muçulmana, cujo marido Aws declarou, em
um momento de raiva: "Para mim você é como as costas de minha mãe". Isto
era tomado como uma declaração de divórcio pelos árabes pagãos e liberava o
marido de qualquer responsabilidade conjugal, mas não deixava a esposa livre
para deixar a casa do marido ou para se casar de novo. Tendo ouvido estas
palavras de seu marido, Khaula estava numa triste situação. Ela foi
imediatamente ao Profeta do Islam para apelar para o seu caso. O Profeta era
da opinião de que ela deveria ser paciente, desde que parecesse que não havia
outro caminho. Khaula continuou questionando o Profeta, na esperança de
salvar o seu casamento. Num curto espaço de tempo o Alcorão interveio; o
apelo de Khaula foi aceito. O veredito divino aboliu este costume iníquo. Uma
surata inteira (Surata 58) do Alcorão, intitulada “Al Mujádala” (A Discussão),
ou "A mulher que argumentou", foi revelada após este incidente:

"Em verdade, Allah escutou a declaração daquela que argumentava
contigo, acerca do marido, e se queixava (em oração) a Allah. Allah ouviu
vosso diálogo, porque é Oniouvinte, Onividente...." (58:1)

    A mulher, na concepção alcorânica, tem o direito de argumentar, mesmo
com o Profeta do Islam. Ninguém tem o direito de instruí-la a ficar calada. Ela
não é obrigada a considerar o seu marido como a única referência em matéria
de lei e religião.


8. Denise L. Carmody, "Judaism", em Arvind Sharma, ed., op. cit., pág. 197.

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