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segunda-feira, 25 de abril de 2016

A Mulher no Islam - Parte 3 - FILHAS VERGONHOSAS?

Por: Sherif Abdel Azim


    Realmente, a diferença entre a atitude bíblica e a alcorânica, em relação
ao sexo feminino, começa assim que a mulher nasce. Por exemplo, a Bíblia
estabelece que o período do ritual materno da impureza é duas vezes mais
longo no caso do nascimento de uma menina do que no de um menino (Levítico
12:2-5). A Bíblia Católica estabelece explicitamente que: "O nascimento de
uma filha é um prejuízo" (Eclesiastes 22:3). Em contraste com essa absurda
declaração, os meninos recebem especial louvor: "Um homem que educa seu
filho será invejado por seu inimigo." (Eclesiastes 30:3).
    Os rabinos judeus tornaram uma obrigação para os homens o fato de
produzirem descendência, a fim de propagarem a raça. Ao mesmo tempo, eles
não escondiam sua preferência por meninos: "É bom para aqueles cujas crianças
são meninos, mas é mau para aqueles cujas crianças são meninas", "no
nascimento de um menino tudo é alegria... no nascimento de uma menina tudo
é tristeza", e "Quando um menino chega ao mundo, a paz chega ao mundo ...
Quando uma menina chega ao mundo, nada chega."(7)

    Uma filha é considerada um peso doloroso, uma fonte potencial de
vergonha para seu pai: "A sua filha é teimosa? Mantenha um olhar firme para
que ela não faça de si um motivo de gargalhada para os seus inimigos, de
falatório na cidade, objeto de fofocas e o coloque em situação de vergonha
pública." (Eclesiastes 42:11). Mantenha uma filha teimosa sob firme controle
ou ela abusará de qualquer indulgência que receba. Mantenha vigilância sobre
o seu olho sem-vergonha, não se surpreenda se ela o desgraçar." (Eclesiastes
26:10-11). Foi esta mesma ideia de tratar as filhas como uma fonte de vergonha,
que levou os árabes pagãos, antes do advento do Islam, a praticar o infanticídio
feminino. O Alcorão condena vigorosamente esta prática hedionda:

"Quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha o seu
semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se do seu povo, pela má
notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou enterrála-
á viva? Que péssimo é o que julgam." (16:58/59).

    Deve ser dito que este crime sinistro jamais teria parado na Arábia, não
fora a força dos termos que o Alcorão usou para condenar tal prática
(16:59,43:17, 81:8/9).
Além disso, o Alcorão não faz distinção entre meninos e meninas. Em
contraste com a Bíblia, o Alcorão considera o nascimento de uma mulher, um
presente e uma bênção de Deus, da mesma forma que o nascimento de um
menino. O Alcorão sempre menciona o presente do nascimento feminino
primeiro:

A Allah pertence o domínio dos céus e da terra. Ele cria o que lhe
apraz. Concede filhas a quem quer e varões a quem lhe apraz" (42:49).


    A fim de apagar qualquer traço do infanticídio feminino na nascente
sociedade muçulmana, o Profeta Mohammad prometeu àqueles que fossem
abençoados com filhas uma grande recompensa, se eles as tratassem
gentilmente: "Aquele que se ocupa da educação das filhas e as trata
benevolentemente, estará protegido contra o Inferno." (Bukhári e Musslim).
"Aquele que mantém duas meninas, até que elas atinjam a maturidade, ele e
eu estaremos no Dia da Ressurreição deste modo: e juntou os seus dedos."
(Musslim).


7. Swidler, op. cit., pág. 140.

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