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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Destino e Decreto Divino



    Crença:

    Acreditamos nos destino, seja bom ou mau, o qual Allah tem medido e ordenado para todas as criaturas de acordo com o Seu conhecimento prévio e considera adequadas por Sua sabedoria.

    Níveis de crença:

    Crença no destino tem quatro níveis:
1) Conhecimento: Nós acreditamos que Allah, Exaltado Seja, sabe de tudo. Ele sabe o que aconteceu e o que vai acontecer e como irá acontecer. Seu conhecimento é eterno. Ele não adquire novo conhecimento nem esquece aquilo que sabe.

2) Gravação: Nós acreditamos que Allah tenha gravado numa segura tableta (al Lowh al Mahfuz) tudo o que vai acontecer até ao Dia do Julgamento: “Vós não sabeis que Allah sabe de tudo o que existe nos Céus e na Terra? Certamente que estará num livro. Certamente que para Allah é uma tarefa fácil”(22:70)

3) Testemunho: Nós acreditamos que Allah tenha desejado tudo o que está nos Céus e na Terra. Nada acontece excepto por Sua vontade. O que quer que Ele deseja terá lugar e o que quer que Ele não deseja não terá lugar.

4) Criação: Nós acreditamos que “Allah é o Criador de todas as coisas; Ele é o Guardião de todas as coisas e a Ele pertencem as chaves dos Céus e da Terra.”(39:62-3).
Este nível inclui o que quer que o próprio Allah faça e o que quer que suas criaturas façam. Assim, cada dizer, ação, ou omissão do povo é conhecido por Allah , que tem gravado, desejado e criado: “Para aquele de vós que será honrado. Mas vós não desejareis excepto o que Allah deseja, O Senhor dos Mundos”(81:28-29); E tivesse Allah desejado, não teriam lutado um contra o outro, mas Allah faz o que Ele deseja”(2:253); “Se Allah desejasse, não o teriam feito, mas deixá-los sozinhos com as suas invenções”(6:137); e “Allah criou você e o que você faz”(37:96).


    A livre vontade do homem:

    Acreditamos, porém, que Allah concedeu ao homem um poder e uma livre vontade pelos quais ele executa as suas ações. Que as ações desses homens são feitas por sua livre e espontânea vontade e poder, pode comprovar-se por meio dos seguintes pontos:

1) Allah diz: “Portanto, abordem os vossos campos (Esposas) quando e como desejarem”(2:223), e “Se
tivessem desejado ir adiante, eles teriam feito alguma preparação para isso”(9:46). Nestes versos, afirmou
Allah para o homem: “a ir adiante” por sua vontade e uma “preparação” por seu desejo.

2) Dirigindo o homem para fazer ou não fazer, se o homem não tem livre vontade e poder, essas direções significam que Allah está pedindo para fazer o que ele não pode fazer. Esta proposta é rejeitada pela sabedoria de Allah, misericórdia e verdadeira declaração: “Allah não impõe a ninguém obrigação para além de suas capacidades”(2:286)

3) Louvando as Suas ações virtuosas e culpar o malfeitor pelos seus atos e recompensar cada um deles com o que ele merece. Se a ação não for feita por livre vontade do indivíduo, elogiar o virtuoso é uma anedota e punir os malfeitores é uma injustiça, porque Allah está evidentemente, longe de brincar e ser injusto.

4) Allah tem enviado mensageiros que são “o sustento de boas notícias, e de aviso, a fim de que os humanos não tenham qualquer argumento contra Allah depois dos mensageiros”(4:165). Se as ações do indivíduo não forem realizadas de sua livre vontade, a sua argumentação não é invalidada pelo envio dos mensageiros.

5) Cada executor de ações sente que ele faz ou não faz uma coisa sem qualquer coerção. Ele ergue-se e senta-se, entra e sai, viaja e fica de sua livre vontade, sem sentir que alguém o obriga a qualquer uma destas ações. De facto, ele distingue claramente entre o fazer lago por sua livre vontade e alguém forçando-o a fazer estas ações. A lei Islâmica também sabiamente distingue entre esse estado de assuntos. Não punirá um criminoso por uma ação feita sob coerção.


    Sem Desculpa para os pecadores:

    Acreditamos que o pecador não tem desculpa no divino decreto de Allah, porque ele comete os seus pecados por sua livre vontade, sem saber o que Allah tinha decretado para ele, porque ninguém sabe o decreto de Allah antes que ele tenha acontecido: “Ninguém sabe o que irá ganhar amanhã”(31:34). Como pode ser então possível, apresentar uma desculpa, que não é conhecido para a pessoa que está a
avançar a desculpa, quando está a cometer a sua ofensa?
Allah invalidou este tipo de argumento dizendo: “Os idólatras dirão: ‘Se Allah quisesse não teriamos sido
idólatras, nem nossos pais, nem teríamos proibido qualquer coisa’ Assim fizeram os povos antes deles gritando mentiras até que provaram a nossa força. Dizei: ‘Tereis quaisquer provas que podereis mostrar-nos? Vocês seguem senão suposição, e vós estais mentindo’”(6:148). Nós dizemos ao pecador que está usando o divino decreto como desculpa:

    ‘Porque não executeis ações de obediência, partindo do principio que Allah os tinha decretado para vós, uma vez que vós não sabeis a diferença entre boas ações e pecados? É por isso que, quando o Profeta Muhammad disse aos seus companheiros que a posição de todos nós no paraíso e no inferno já tinha sido atribuída, disseram: “Não deveríamos confiar no presente e deixar de trabalhar?” Ele disse: “Não o trabalho e toda a gente será direcionado para o que está criado’”(Bukhari e Muslim).

    Nós dizemos ao pecador que está a tentar encontrar uma desculpa no divino decreto: “Suponha que você quer viajar para Meca. Existem dois caminhos que podem levá-lo até lá. Foi-lhe dito por uma pessoa de confiança que uma dessas estradas é difícil e perigosa e a outra é fácil e segura. Você seguirá a segunda.Você não seguirá a primeira estrada e dizer que fui eu que decretei. Se assim o fizer, as pessoas
irão considerá-lo louco.”

   Também podemos dizer-lhe: “ Se lhe forem oferecidos dois empregos, um dos quais tem o salário mais alto, você irá certamente para o que tem o salário mais alto. Porque é que escolhe o que é mais baixo na vida do Além e usa o divino decreto com desculpa?”

    Poderemos ainda dizer-lhe: “Nós vê-mo-los quando está perturbado com uma doença, irá bater à porta de cada médico à procura de tratamento e tolerar qualquer dor que possa resultar de operações cirúrgicas e da amargura da medicina. Porque vocês não fazem o mesmo quando o seu coração está espiritualmente doente com pecados?”


    Maldade não está atribuída a Allah:

    Acreditamos que o mal não deve ser atribuído a Allah, devido à sua perfeita sabedoria e misericórdia. O profeta disse: “E o mal não é atribuído a vós” (Muslim). Assim o decreto de Allah, só por si, não tem mal algum, porque é proveniente de misericórdia e sabedoria. O mal pode no entanto, resultar de alguns dos Seus decretos, uma vez que o profeta disse na súplica do gunut, a qual ele ensinou a al-Hasan: “E proteja-nos do mal do que Vós decretastes.”(Tirmidhi e Outros). Aqui, o Profeta atribuiu o mal ao que Ele decretou. Apesar disto o mal no seu decreto não é pura maldade. É particularmente mau com respeito a
uma coisa e bom com respeito a outra, ou num caso é bom noutro é mau. Assim a corrupção na terra resultante da seca, doença, pobreza e medo é mau, mas é bom noutro aspecto.
    Allah, O Altíssimo disse: “A corrupção surgiu na terra e no mar pelo que os homens produziram. Allah tem ordenado isto para os homens, para que estes possam provar algumas coisas das quais têm feito, a fim de que possam voltar atrás (do mal)”(30:41). Cortar a mão do ladrão ou apedrejar o adúltero é uma coisa má para o ladrão e para o adúltero, mas é bom para eles num sentido, porque se trata de uma purificação para eles, para qual o castigo desta vida e o castigo da vida do além não estejam combinados para eles.
Estas penas são boas em outro aspecto: a sua aplicação protege a propriedade, a honra e os relacionamentos.

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